" Olha, vou ser bem sincera, porque sei que este assunto é bastante sério. Um belo dia, me dei conta de que estava precisando de ajuda para acolher as novas necessidades da minha mãe: quase 70 anos, com a memória bem comprometida e um olhar triste e cada dia mais ausente. Eu tinha verdadeiro pavor de pensar nesse assunto. Já tinha visto esse filme de horror com minha avó na minha juventude. Mas, por força da necessidade, desenhei alguns cénarios e fui investigar: de cuidador particular em casa, casa de repouso até grupo de apoio etc. Foi pesquisando na internet e conversando com uma amiga, terapeuta ocupacional, apaixonada pela profissão, que descobri o conceito de centro-dia, um lugar onde o idoso pode passar o dia e voltar para o convívio da familia à noite. Gostei da proposta e fui olhar de perto. Depois de visitar alguns, fiquei desanimada. Todos funcionavam no formato de Centro de Convivência, com uma grade fixa de atividades, sem olhar as necessidades de cada pessoa e sem apresentar uma proposta de trabalho personalizada. Isso sem falar na questão do verde e da natureza, tão importantes pra minha mãe e tão ausente nestes lugares. Bom, cheguei a levá-la para uma "degustação" em um deles e o resultado foi um fiasco. Fiquei meses sem voltar para este assunto, até que a necessidade bateu de novo na minha porta e voltei pra internet, dessa vez pedindo mesmo por uma resposta. Foi neste dia que encontrei o Pasárgada. Liguei e marquei uma visita para aquele dia mesmo. Naquela altura do campeonato já nem sabia mais se o que eu queria existia de fato..., mesmo assim, fui levando comigo minha mãe e um amigo da minha confiança. Gente! O lugar que eu buscava... existe! Graças a Deus (Jay Guruji!) O Pasárgada fica na Aclimação, na rua do parque. A casa é grande e ensolarada e , como dá de cara para o Parque da Aclimação, minha mãe vai passear lá algumas vezes por dia e jura que tudo aquilo faz parte do Pasárgada (e vai ver que faz mesmo!) Rsrsrs. Mas o que mais me emociona é quando ela fala da equipe: "Nem acredito que lá existem aquelas pessoas tão boas comigo. Eles são meus amigos!". Faz pouco mais de 1 mês que ela está indo 3x por semana. É outra pessoa. A memória está mesmo bem atrapalhada, mas o brilho nos olhos voltou, a vontade de viver! Ela acorda cedo, se arruma toda e logo que me vê me pergunta animada: "Joje é dia de ir "lá"? Está feliz, feliz de novo. Está se arriscando a cantar pela 1a vez na vida, já ousa um ou outro passinho de dança e, pasmem: outro dia propôs um campeonato de braço-de-ferro... e ganhou! (Ex-campeã de natação vem com cada ideia!!). Obrigada à Vanessa e a todas as pessoas da equipe! Vocês estão me ensinando, na prática, que pra ser centro-dia tem que acolher, mas principalmente desenvolver o idoso emocionalmente e cognitivamente, trazendo as coisas que são importantes dentro do contexto e da história de cada um que está ali. No que eu puder contribuir para o crescimento do projeto de vocês, contem comigo!! Com todo meu amor e respeito."